sábado, 24 de maio de 2008

Legítima defesa

Recebi uma carta do diabo.
O danado se fez passar pelo meu marido. Dizia que tinha encontrado outra mulher e ia sair de casa. Contou que achara o calor que faltava em sua vida. Tinha até recuperado o tesão. Falou que me queria bem e que torcia para eu encontrar de novo a felicidade. Marcou hora para vir buscar as suas coisas, naquela noite mesmo. Resolvi fazer uma bela despedida. Abri uma garrafa de vinho. No segundo copo ele começou a olhar para o meu decote. Daí para chegar na cama foi um pulo. Faz tempo que o maldito não era tão tinhoso. Fizemos coisas que eu nem imaginava ser capaz. Depois, enquanto ele dormia, enfiei-lhe uma faca de cozinha entre as costelas. Achei que tinha me livrado do malvado para sempre. Agora estou aqui nesse inferno. Meu advogado jura que me tira, vai alegar legítima defesa.
(E.M. 05/2008)

Um comentário:

Ana Peluso disse...

tema da oficina, certo?!
bom encontrar seu blog ;))
bjs