domingo, 30 de março de 2008

Acrósticos na horizontal


.............................................

Pois aquele recato anunciava
Fúrias urdidas sem ostentação.
.................................................

Teu ornamento requer néscia exibição,
Inconsequente riqueza alardeada.
..............................................................

Almodóvar libertou meus olhos,
Focos apalermados da alegoria.
...................................................

Sua alma leal adivinhou minha indigna necessidade,
Honradamente omitida.
..................................................................................

Larga, infausta natureza,
Gasta, usada, abismada.
.......................................

Pobre estrada desfolhada,
Recortada à-toa.
.........................................

Já anunciada nas estrelas,
Levou-lhe a sorte.
.........................................

Mudança de hábitos

Troque de amigos, troque de mulher, troque de filhos. Por uma vez na vida, faça tudo o que lhe der na telha, que der vontade. Vão pensar, e vão dizer, que você enlouqueceu. Tanto melhor. Essa franquia é uma chave para liberar os seus desejos tantos anos reprimidos. De início, essa lufada de liberdade pode lhe causar algum temor. Você já deve estar se vendo algemado num plantão de polícia. Desencane. O pior que pode acontecer é um encontro com você mesmo. Ligue o som. Pegue um drinque. E dê uma banana para todos. (13/08/1997)

Esquentando




Preferência

Estou ficando velho, mas ainda gosto muito de brinquedo novo.

Sabedoria

Tem que ser um bom ator nessa vida para ser feliz(Cássia Eller em entrevista a Pedro Maciel, Folha Ilustrada, 1 de janeiro de 2002)

terça-feira, 11 de março de 2008

CONVERSA DE BRASÍLIA


Cartão corporativo.
Eu tenho, você tem.
Quem vigia quem?

domingo, 9 de março de 2008

A SOCIABILIDADE DO HOMEM SIMPLES

Acaba de ser lançada a segunda edição de um pequeno grande livro: A Sociabilidade do Homem Simples, de José de Souza Martins (Editora Contexto): "É nos limites, nos extremos da realidade social, que a indagação do cientista se torna fecunda. A explicação sociológica é incompleta e pobre se não passa pela mediação do insignificante. O relevante está no ínfimo, na vida cotidiana fragmentária e aparentemente sem sentido. Este livro, escrito por um dos mais importantes sociólogos brasileiros contemporâneos, trata da vida social, do imaginário e da visão de mundo do homem simples e cotidiano". Martins, além de escrever semanalmente no Estadão, é excelente fotógrafo, conhecedor e professor de fotografia.  Além disso, leciona em  Cambridgeganhou o prêmio Jabuti de Ciências Humanas em 1993 – com a obra Subúrbio – e em 1994 – com A chegada do estranho. É uma delícia ler um texto agradável, escrito por um de nossos melhores sociólogos, que se volta para coisas que interessam a todos:  a vida social, o imaginário e a visão de mundo do homem simples e cotidiano. Martins mostra que o brasileiro comum é muito melhor do que a imagem que o brasileiro acha que deveria preencher, sob a pressão de modelos importados. Um achado. No lançamento, abrilhantado por uma viola caipira e por anedotas de Cornélio Pires, quase só havia professores da USP. Uma pena, pois o livro foi escrito principalmente para pessoas comuns. O título não é uma falácia. 

Fumio Tanai

SIGNS, de Fumio Tanai na Sous les Etoiles Gallery, em NY: "a área cinza emocional entre liberdade e cativeiro aparece no quarto onde vive um imigrante".  Apresentação de Daido Moriyama: "O Trabalho de Fumio Tanai expressa a existência de seres humanos no vazio de seus quartos, com ambos refletidos como objetos anônimos aos olhos do expectador. São os corpos que são jogados nesse mundo, os espíritos ainda se movendo no tempo, enquanto os corpos ficam parados no espaço. Eles não são mais do que objetos voadores no espaço."  




segunda-feira, 3 de março de 2008

A CHINA da vez

















O Australian Centre for Photography volta seus olhos para a China, com duas importantes exposições. De um lado, a nova geração, a GERAÇÃO C, fotomedia numa era de mudança. De outro, William Yang, renomado artista que se afirma gay australiano e se diz herdeiro da tradição chinesa. Uau. Que pensaria o presidente Mao? Só até 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

© Qiu Zhen My Bride and I #4 2006.