terça-feira, 15 de março de 2011

Araki, 70 anos, tem novo livro e exposição.


Para celebrar o sofrido Japão, onde pode estar começando a acontecer o começo do fim do mundo tal qual o conhecemos, novo livro e exposição de Araki, que fez 70 anos.

Nobuyoshi Araki “Theater of Love”

Taka Ishii Gallery Photography / Film




I found a cabinet sized box labeled ‘Theater of Love’. I opened it to find about 150 prints. It’s from around ‘65. Back then I used to click away with my Olympus Pen F, making these patchy prints using thermal development on purpose; the woman, the era, and the place are all photographed there, it’s all expressed. So, I used to say ‘Theater of Love’ back then, eh. Well, anyway, it’s good, huh, they are good photos. This sort of thing isn’t going to happen on digital.
Nobuyoshi Araki, December 2010
Araki graduated from Chiba University Faculty of Engineering in 1963, and began working at Dentsu. As Araki himself notes, “My Dentsu era was my training era,” the nine years that Araki worked for the firm was a time spent experimenting with photography beyond the parameters of the company. Concurrently, from around 1964, he began constructing handmade photo books by pasting prints directly into a sketchbook, and by 1970 he had self-published the 26 volume Xeroxed Photo Albums using the facilities available at work, radically pursuing the practice of editing within photo books.In 1968 Araki met Yoko Aoki (maiden name), who worked in a different department at Dentsu, whom he married her three years later in 1971. Sentimental Journey, published the same year as a limited edition of 1,000, follows the couple’s honeymoon from an extremely personal viewpoint, dispassionately presented on a timeline—already revealing at this stage, Araki’s 40 year long determination to develop an extremely intense relationship with the subject in his photography.This exhibition will feature approximately 100 of Araki’s unpublished cabinet size photographs, taken around 1965 during his Dentsu years. This is an opportunity to observe the origins of a photographer who celebrated his 70th birthday last year.
Nobuyoshi Araki new publication Theater of Love
Retail price: TBC, Published by Taka Ishii Gallery (2011), limited edition of 1,000, soft cover, 119 B & W photo reproductions, H133 x W180 mm, release date: 18 February, 2011

domingo, 13 de março de 2011

Bate papo na Fauna, sábado. Fotos do encontro.

Eduardo Muylaert, Gloria Flügel, Georgia Quintas, Alexandre Belem, Claudio Edinger e Armando Prado. Sábado 12, 17h, Fauna Galeria. A conversa foi gravada.



O mediador Iatã Cannabrava.

Eduardo e Glória.
Papo animado.
Platéia vibrante e as fotos ao fundo.

O convite, para registro do evento. As fotos dessa reportagem são de Helô Mello.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Malharam o Judas na porta do Prefeito,


Malhação do Judas na frente da casa do Prefeito Kassab. Nunca se viu tanto agito na rua Angelina Maffei Vita. Pelo passe livre.


quarta-feira, 9 de março de 2011

futurO, por EDUARDO MUYLAERT

futurO :: por EDUARDO MUYLAERT :: www.paratyemfoco.com/blog
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Edu Muylaert é o convidado que apresenta o segundo capítulo do futurO da fotografia. São 15 capítulos, a cada duas semanas, convidados recebem o espaço deste post para expressar seus pensamentos sobre o futurO da fotografia [texto/imagem parada/imagem em movimento/som/o que for...]

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o futuro começa todo dia logo de manhã quando nos levantamos e pensamos o que vamos fazer no novo dia ou não pensamos nada e vamos fazendo as mesmas coisas ou inventando coisas novas o futuro começa toda noite quando fazemos o balanço do dia do mês do ano da vida do universo ou simplesmente apagamos o futuro começa quando sonhamos sonhos em branco e preto ou coloridos com medo ou alegria coisas boas ou assustadoras o futuro começa todo dia logo de manhã quando esquecemos os sonhos da noite anterior da vida que passa do mundo de antes e começa a briga entre o que queremos viver e o que queremos esquecer e o que mostrar e o que não ver o futuro começa quando comemos a maçã e somos expulsos o futuro começa enquanto o circo pega fogo o futuro começa com uma gota d’água no oceano uma célula uma partícula um tempero uma plantinha uma palavra uma faísca um gesto o futuro começa quando partimos pois se tira o (tu) fica o fu__ro aí já não somos nós só o futuro que pode ser bom ou assustador depende um pouco de nós mas muito pouco não sabemos o que fazer as câmeras melhoram os olhos melhoram às vezes pioram a rede cresce o mundo gira o pau quebra as rosas desabrocham a lusitana roda continuamos odiando e amando e suando o pão nosso a água que era nossa a carne que somos nós a vaidade de cada dia o prazer o dever a luta a dúvida as dívidas o cansaço a esperança a escassez e o excesso a falta que ela me faz o que será que será não adianta perguntar o futuro começa

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Women of Others, na Time Out de março.

Juan Esteves analisa Mulheres dos Outros, na Fotografe Melhor.



Mulheres dos Outros,

Por Juan Esteves

Fotografe Melhor de março, já nas bancas.

Na mostra “Mulheres dos Outros”, em cartaz até 16 de março na Galeria Fauna (Al.Gabriel Monteiro da Silva, 470, São Paulo ), o paulistano Eduardo Muylaert expõe uma série de imagens que se apropriam de outras imagens. Uma obra nova, sobre outra, mais antiga. A apropriação neste caso – é feita a partir de antigos cromos encontrados ao acaso, comprados numa feira de antiguidades. Esse é o ponto de partida para as fotos, cujo fio condutor são nus de mulheres, aparentemente da década de 50.

A caixa que continha a série de cromos tinha como título “Nus Artísticos”. Se antigamente as imagens podiam escandalizar por suas poses e formas, hoje atraem o observador por outros motivos, como a sutileza, o grafismo das marcas do tempo, referências que nos transportam a arte.

As formas físicas expostas nas antigas imagens ( que não encontram mais similares nos atuais corpos moldados pela ginástica exagerada) conduzem-nos a uma beleza mais clássica, próxima daquela encontrada nos templos gregos. A elas, o fotógrafo uniu uma outra pequena série, feita no Museu do Louvre, em Paris, de esculturas de mulheres. A própria decadência dos cromos, suas tramas, fazem par com as fraturas destas belas esculturas.

A recorrência ao nu se faz presente no trabalho do fotógrafo há alguns anos, com suas belas experiências em transfers de polaroids. Nesta mostra, porém, ele conta com a participação do acaso e do tempo. Abandonados em más condições de conservação, os cromos criaram fungos e formataram novos desenhos na imagem, que foram posteriormente manipuladas. Muylaert usa a alegoria do palimpsesto, um pergaminho reutilizado, que teve primeira inscrição arranhada para se traçar uma nova.

Nas últimas cinco décadas, a concepção da imagem gráfica mudou, assim como a condição anatômica das mulheres. As imagens resgatadas por Muylaert foram substituidas pelos nus escancarados da Penthouse e Playboy. Nesse sentido, o trabalho do fotógrafo não só se enquadra no melhor do fine art, como sintoniza no que costumava-se chamar de erotismo, aquele que mescla sutileza e ousadia, desprendimento e ironia.

Juan Esteves cita

Juan Esteves lembra: Richard Wollheim em seu livro “Painting as an Art” (Princeton University Press, 1987) diz que a apropriação de uma imagem significa para o autor falar dos seus próprios pensamentos, inclusive seu sentimentos , e que estes, uma vez apropriados, podem ser transmitidos a pessoas sensíveis, ou mais informadas. Ou seja, cria-se um trabalho usando outro, mas este terá o efeito desejado pelo artista, aquilo que ele próprio sente.

terça-feira, 8 de março de 2011

Mulheres dos Outros é ilegal? Questão do Valor Econômico.

Gutenberg século XXI

Diego Viana | De São Paulo

Valor Econômico - 04/03/2011

Além da tecnologia digital, práticas artísticas também põem sob pressão a forma tradicional de lidar com a autoria. Uma exposição do fotógrafo e advogado Eduardo Muylaert em São Paulo explora uma área de fronteira autoral. Em cartaz na galeria Fauna, "As Mulheres dos Outros" exibe reproduções de fotografias compradas na feira de antiguidades do Museu de Arte de São Paulo (Masp). O artista conta que encontrou as imagens dos anos 1950 em péssimo estado. Fotógrafos e modelos eram anônimos. A exposição consiste em ampliações que realçam os efeitos do tempo e da má conservação.

Segundo uma leitura possível da lei atual, a exposição seria considerada ofensiva aos direitos autorais dos fotógrafos de 60 anos atrás, que não foram consultados quanto ao uso de seu trabalho nem serão pagos. No entanto, a iniciativa do fotógrafo é corrente entre criadores que, na linha de Andy Warhol e Jean-Luc Godard, em vez de criar imagens, retrabalham a infinidade de imagens já disponíveis. Como advogado, Muylaert estava ciente do possível impasse jurídico. Apoiou-se sobre o oitavo parágrafo do artigo 46 da lei atual, que permite a reprodução de "pequenos trechos" de obras preexistentes quando não houver "prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores". "Sinto que meu trabalho é legítimo com base nesses artigos", afirma o artista, que também se muniu de um arsenal teórico para sustentar seu argumento. São textos de Roland Barthes, Gérard Genette, Douglas Crimp, Richard Misrach e outros.

Juristas que se debruçam sobre o assunto não consideram os artigos citados por Muylaert tão seguros. Para Guilherme Varella, do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), a lei autoral brasileira está entre as mais restritivas do mundo e o trecho em questão deixa em aberto o sentido de "pequeno trecho", "exploração normal" e "prejuízo injustificado". O resultado é uma incerteza jurídica desnecessária. Um dos objetivos da nova lei autoral seria resolver impasses como esse. As fotografias garimpadas por Muylaert seriam "obras órfãs", isto é, cujo autor é desconhecido ou não pode ser encontrado. Para casos assim, seriam concedidas "licenças não voluntárias". Os direitos econômicos seriam recolhidos em juízo, mas os morais seriam dispensados temporariamente. O mesmo procedimento se aplicaria a marchinhas de carnaval da década de 1930 de que não se conhece o autor.

domingo, 6 de março de 2011

Bate papo gratuito com Iatã Cannabrava e outras feras. Sábado 12, 17h.

Bate papo com Iatã Cannabrava, Armando Prado, Alexandre Belém e outras feras da fotografia.
O processo de criação. A partir da exposição Mulheres dos Outros, de Eduardo Muylaert. Sábado 12, na Fauna Galeria, 17h. Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 470. Gratuito.


A criação como exercício da memória

Mais um tema para o bate papo de sábado, com Iatã Cannabrava, na Fauna Galeria, 17h.

Se não existem invenções ou descobertas, só recordações, o criar torna-se com efeito um admirável exercício da memória. Um incansável esforço do lembrar.

Esta hipótese seria apenas curiosa se não fosse também verdadeira. Pois um dos efeitos mais perturbadores do ato de criar é aquele que nos dá a sensação de que não estamos descobrindo nada de novo, somente resgatando algo esquecido.

O talento da criação estaria portanto na maneira que utilizamos para revelar aos outros este algo, esta estória, uma vida, saga ou percepção, que sempre existiu mas que de alguma forma oculta foi esquecida pela humanidade. Ficou adormecida sem emocionar ninguém.

(Doc Comparato, no Prefácio de Me Alugo para Sonhar, Oficina de Roteiro de Gabriel García Márques, Casa Jorge Editorial, Niterói, RJ, 2004)