sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Galeria de Babel







14.08.2008
Galeria de Babel em grande estilo

Uma das principais galerias fotográficas do país, a Galeria de Babel estréia no mercado publicitário em grande estilo.Conhecida e reconhecida internacionalmente por agenciar grandes artistas do mundo todo, a galeria estará presente com anúncio de página inteira na edição no. 38, comemorativa de 15 anos, da revista americana ‘Blind Spot’ – publicação especializada em fotografia.

Atuante há quatro anos, a galeria é voltada para fotografias das gerações de 80, 90 e atual. Jully Fernandes, idealizadora e diretora da Galeria de Babel, afirma que a visibilidade destes artistas através de sua exposição virtual é muito abrangente. Fernandes ainda ressalta que as referências, assim como as influencias, tanto da estrutura da galeria como dos fotógrafos representados, vêem também da Inglaterra, país em que iniciou seu trabalho na área das artes, viveu por cinco anos e hoje mantem um escritório para a promoção do intercâmbio cultural da fotografia.

A galeria conta com acervo completo de renomados fotógrafos brasileiros, latino-americanos e norte-americanos, com o intuito de promovê-los em âmbito nacional e internacional, já que a galeria conta com uma ponte para exposições e comercialização das obras em Londres. Divulga não só artistas com carreiras consolidadas, mas também cria oportunidades para jovens talentos, percorrendo assim variadas interpretações e experimentações da mídia fotográfica.

Por sua qualidade editorial e especialidade, a revista é publicada em apenas três edições anuais e tem sua distribuição muito seletiva, circulando nos principais galerias e museus do mundo, como:

- Livrarias: Barnes & Noble, Borders, Universal News, Powell's, Virgin Megastore e mais 200 livrarias independentes no mundo.
- Museus: MoMA, Whitney Museum, International Center of Photography, Amon Carter Museum, The Art Institute of Chicago, Centre Georges Pompidou, Tate Modern e Guggenheim / Bilbao.
- Outros: Distribuição em salas e nas áreas lounge do Soho House em NY
- Especial: A edição comemorativa de 15 anos será distribuída também na ‘Paris Photo’, ‘Art Basel Miami Beach’ e ‘Pulse Miami’.
www.blindspot.com/ www.galeriadebabel.com.br


Artistas:

Andreas Heiniger - Suiça

Armando Prado - Brasil

Ricardo Van Steen - Brasil

Thomas Hoepker - Alemanha

Dimitri Lee - Brasil

Hilton Ribeiro - Brasil

Martin Gurfein - Argentina

Eduardo Muylaert – Brasil

Elliot Erwitt – França

Martin Gurfein – Argentina

Martin Parr – Inglaterra

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

LAO MEI TZU: A menina que viu a China




ÍMÃ FOTO GALERIA CONVIDA PARA A EXPOSIÇÃO

“LAO MEI TZU: A menina que viu a China”


A partir do dia 17 de agosto, na Imã Foto Galeria, Laura Mello Melaragno
apresenta 25 imagens do país das Olimpíadas.

Em plena Feira da Vila Madalena, a Imã foto Galeria abre a Exposição. Venha conferir!

Laura Mello Melaragno aos 19 anos foi estudar mandarim na China e trouxe na bagagem muitas histórias e fotos surpreendentes, que mostram o cotidiano e os contrastes do país antes das Olimpíadas.

O nome “Lao Mei Tzu”, remete ao personagem criado por ela para facilitar o convívio e o contato com os chineses durante a sua estadia no país considerando que o seu nome, Laura Melaragno, era impossível de ser pronunciado pelos chineses. A abertura será durante a "Feira da Vila", tradicional evento de rua da Vila Madalena, nesse domingo, dia 17 de agosto na Imã Foto Galeria dirigida por Egberto Nogueira. Egberto achou oportuno o trabalho de Laura: “Achei muito impactante a maneira despretensiosa que esta jovem fotógrafa mostra a nossa já conhecida China, mais do que uma simples turista ela documenta e apresenta uma abordagem como alguém que viveu e olhou o País de perto”.

Grandes cidades, como Pequim e Xangai, e lugarejos distantes do turismo, como Qibao, são apresentados em 25 imagens coloridas em vários formatos.

A fotógrafa, que começou a clicar aos 14 anos e hoje, estuda Administração de Empresas, teve quatro meses de aula de Mandarim antes de viajar. “Embarquei nessa viagem ao outro lado do mundo para entender como e por que a China está sendo tão falada, como os chineses vivem, seus hábitos e sua cultura milenar, além de aperfeiçoar o meu mandarim, claro.”, conta Laura.

“O que mais me impressionou foi o contraste entre o antigo e o moderno, tanto no urbanismo quanto nos hábitos da população. Os chineses vivem um momento importantíssimo da sua história. Eles colocam legumes no parapeito da janela, penduram carne de porco nos varais, e nas cidades menores, os casamentos ainda são combinados pelos pais em praças públicas enquanto vivenciam a explosão da tecnologia e da modernidade”, revela a fotógrafa.



Lao Mei Tzu – A menina que viu a China

Exposição fotográfica de Laura Mello Melaragno:

Inauguração: Domingo 17.08 – 10h às 18h

De 17.08 a 30.08 : Segunda a Sexta, 10h às 19h; Sábado, 10h às 17h.
Grátis

Local: Imã Foto Galeria. Rua Fradique Coutinho, 1239, Vila Madalena
Tel: 3816-1290/7810-5793
E-mail: ima@imafotogaleria.com.br

segunda-feira, 30 de junho de 2008

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Tirei a roupa

Tirei a roupa, olhei-me no espelho e vi um grande ponto de interrogação. Por quanto tempo continuaria a areia a escorrer na ampulheta? Mais do que a cena quotidiana que o espelho via, retalhos do passado e cismas do futuro teimavam em aparecer. As aparências iam mudando devagar, protegidas pelo vapor que escapa do chuveiro onde lavo minhas partes e minhas culpas. Escovar os dentes, ver quão desalinhado está o cabelo, aparar a barba, temperar a água do banho, passar o xampu e só então deixar o sabonete fazer o seu serviço. Depois, enxugar o corpo alto e cada vez mais volumoso. Todo dia ele faz tudo sempre igual, deve dizer a superfície metalizada e polida que foi feita para refletir imagens e não para escarafunchar a vida dos outros. Se acha muito inteligente, nessa paródia barata de Chico Buarque. Só falta me vir com Cecília Meirelles, ambígua história, de que sou o espelho e a trajetória... O importuno não se conforma em ficar restrito ao seu papel e se deleita com palpites e insinuações. Esse cabelo está mais grisalho, a barriga já foi bem menor. Onde se esconde o guerreiro triunfante de tantas noites de glória? Convivo com esse enxerido há muito tempo. O que mudou por fora ele pode observar. A forma nossa de cada dia nos dai hoje, a de ontem não existe mais. Do recheio ele só sabe a missa metade, pois não sou besta de me expor demais. Nem para mim mesmo. Olho para o reflexo, no meio da bruma, e me pergunto a cada dia quem é esse mamífero guloso, se já cumpriu o seu destino ou se ainda tem tempo para avançar em novas trilhas. Vejo naufrágios e apoteoses, sempre passageiros, só as fotografias e os filhos são definitivos. Encho-me de coragem, passo a toalha no vidro umedecido, ponho os óculos, penteio o cabelo, olho a figura recomposta e descubro mais uma vez que a vida vai recomeçar e que ainda há muito por fazer. (E.M., 11/06/2008)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Papo surreal

Um homem e uma mulher transam. Em que medida o homem percebe se a mulher gozou? A pergunta é de André Breton, dirigida a Ives Tanguy. O pintor e ex-marinheiro se incomoda, porque eu primeiro? Relê a questão, talvez para ganhar tempo, e sai pela tangente: numa medida muito frágil.

O mestre do surrealismo quer saber se Tanguy tem modos objetivos de avaliação. A resposta é sim, mas os tais métodos não são revelados.

Raymond Queneau, poeta e escritor, acha que não há como saber se a mulher gozou ou não. Para Jacques Prévert, depende da mulher. Indagado sobre meios objetivos de avaliação, o poeta e compositor responde com quatro sonoros sim, sim, sim, sim. Mas também não esclarece quais são esses métodos.

Benjamin Péret acredita que não há modo objetivo de saber se a mulher gozou. Breton então expõe sua teoria. Só há métodos subjetivos, nos quais se pode confiar na medida em que se tenha confiança na mulher envolvida.

A conversa ocorreu no dia 27 de janeiro de 1928 e foi publicada no numero 11 da revista Revolução Surrealista, de 15 de março de 1928.

O grupo liderado por André Breton organizou doze sessões de discussões livres, denominadas Pesquisas sobre a Sexualidade, entre janeiro de 1928 e agosto de 1932. A íntegra dos diálogos foi publicada pela Gallimard, em 1990. O organizador, José Pierre, anota que é um texto quase teatral, escrito e dirigido por André Breton, então com 32 anos.

Antonin Artaud veio uma vez, assim como Max Ernst. Paul Éluard cinco. Outros como Buñuel, Dali, René Char e Alberto Giacometti, embora bastante interessados nas questões do amor e da sexualidade, não apareceram. Foram 40 personagens ao todo, poucas mulheres.

A segunda sessão, em 31 de janeiro de 1928, contou com Aragon e Man Ray. Este, a certa altura, retomou a discussão seminal. Segundo o fotógrafo, a mulher sente necessariamente o momento exato do gozo do homem. Mas o homem só tem como referência a constatação da lassitude da mulher.

E se essa lassitude é simulada, pergunta Breton?

Pior para a mulher, diz Man Ray. Eu aceito seu jogo.

Paranapiacaba no dia da expedição mananciais

















Fotos Eduardo Muylaert, 01/06/06

Expedicionáios de Paranapiacaba


Flávia Soares fotografando o grupo, foto de Eliane Chinaglia.



Nosso Exército de Brancaleone, foto Flávia Soares.



sábado, 24 de maio de 2008

Legítima defesa

Recebi uma carta do diabo.
O danado se fez passar pelo meu marido. Dizia que tinha encontrado outra mulher e ia sair de casa. Contou que achara o calor que faltava em sua vida. Tinha até recuperado o tesão. Falou que me queria bem e que torcia para eu encontrar de novo a felicidade. Marcou hora para vir buscar as suas coisas, naquela noite mesmo. Resolvi fazer uma bela despedida. Abri uma garrafa de vinho. No segundo copo ele começou a olhar para o meu decote. Daí para chegar na cama foi um pulo. Faz tempo que o maldito não era tão tinhoso. Fizemos coisas que eu nem imaginava ser capaz. Depois, enquanto ele dormia, enfiei-lhe uma faca de cozinha entre as costelas. Achei que tinha me livrado do malvado para sempre. Agora estou aqui nesse inferno. Meu advogado jura que me tira, vai alegar legítima defesa.
(E.M. 05/2008)

domingo, 18 de maio de 2008

Mar de fotógrafos, à beira da represa.

Visita de Paulo Henriques Britto

E o autor se fez pessoa.

Do fundo da sala, reconheci a voz límpida de Gabriela pedindo para o autor ler mais um poema. Ela queria em sua mente gravar esse registro. Sensação curiosa, ler um texto e vislumbrar a voz do dono. Visualizar talvez não seja verbo adequado, “ouvidualizar” também soa estranho. Cada um de nós tem um modo personalíssimo de escandir as silabas e modular as frases, com ou sem chiado. Essa toada é registrada pelo cérebro, que acaba por atrelar o som ao escrito. Quantas vezes, ao ler uma apostila ou livro, não fomos perseguidos pela voz do professor que o escrevera,  contaminando nosso ato solitário de leitura? 

Paulo Henriques Britto é um carioca que não demonstra os 57 anos que carrega, talvez por viver  parte da existência numa esfera distante em que o tempo não corre e onde não existem problemas, só questões a serem propostas e desafiadas. Depois de falar de si e de sua obra com simpatia e desenvoltura, Britto pretendeu-se  pouco dotado para ler os próprios textos. Vencida a resistência inicial, começou como que timidamente com o primeiro poema de “Tarde”, sem dúvida uma espécie de confissão:

“No poema moderno, é sempre nítida

uma tensão entre a necessidade

de exprimir-se uma subjetividade

numa personalíssima voz lírica

 e, de outro lado, a consciência critica

de um sujeito que se inventa e evade,

ao mesmo tempo ressaltando o que há de

falso em si próprio – uma postura cínica,   

A platéia já estava conquistada, o pedido de bis foi atendido.  Por fim,  uma calorosa salva de palmas, como se dizia nos programas de auditório, coroou a leitura de “Paraísos Artificiais”, primeira crônica  do livro de mesmo nome. As crônicas são antigas, vêm dos anos 70 e foram sendo buriladas ao longo dos anos.

Paulo Henriques Britto deixou o Colégio Militar do Rio de Janeiro em 1968, auge do período repressivo. Foi parar na Califórnia, onde adquiriu uma segunda língua e se encantou com vanguardas e contestações, sem perder o agudo senso critico.

Começou estudando matemática, tentou cinema e acabou se consagrando como mestre das palavras, tradutor, poeta, contista e professor.

 A PUC da Gávea, no Rio, infelizmente para nós, consome cada vez mais seu tempo. Quem sabe de seu apostolado surjam novos talentos. Certo é que, para algumas traduções, só Britto está preparado, não só por seu enraizado conhecimento de inglês, mas pela paciência e persistência que o leva a passar anos trancado numa biblioteca para descobrir linguagens arcaicas que pudessem fazer justiça a um texto original.

Tem entre seus interlocutores habituais, por  correio eletrônico, figuras como John Updike e até mesmo o quase intangível Thomas Pynchon, que não se deixa fotografar e ninguém sabe onde encontrar.

Alguém perguntou a P.H. se não é desanimador traduzir para pessoas que sabem menos do que ele.  Provavelmente a grande maioria dos leitores anglófonos também entendem muito menos do que nosso tradutor. Diz a lenda bahiana que Ruy Barbosa foi para a Inglaterra ensinar inglês. Pode não ser verdade, mas Paulo Henriques Britto está preparado para esse feito.

Como pode um intelectual tão sofisticado, consagrado e premiado, ser ao mesmo tempo uma pessoa tão simples e acessível? Existem dois tipos de criadores, diz ele. Mozart nasceu feito e compunha admiravelmente aos dez anos de idade. Beethoven lutou muito no começo, mas à custa de esforço criou obras magníficas. Paulo Henriques se coloca nessa segunda posição, a dos que trilharam todo o caminho do aprendizado clássico, do respeito às regras de composição, dos padrões da matemática, para só então se dar ao luxo de romper alguns preceitos. Tornou-se, assim, um grande virtuoso, em qualquer das suas atividades.

Britto ama Proust e Machado, traduz Byron e adora Drummond, mas não  é incondicional de Olavo Bilac. Ironia do destino, compartilha com esse outro carioca, patrono do serviço militar,  o nome de seu último livro de poesias. Tarde  é obra recente, fruto do convívio com temas maduros e sofridos, como a morte e a doença dos mais velhos.

Figura surpreendente, esse Paulo Henriques Britto. Ao vivo, não se parece em nada com a foto da orelha do livro. Quem o vir na rua, imaginaria uma espécie de técnico de computação, um pouco alheio ao movimento da rua.

Na verdade, Paulo Henriques Britto está sempre computando,  a um só tempo completamente desapegado e totalmente conectado ao movimento do universo.

Nessa noite fria de quarta-feira  o grande autor, convidado do Marcelino, para nós ganhou voz e virou pessoa.

(Eduardo Muylaert, maio de 2008, 4500 caracteres com espaços)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

63


Alguém (não me perguntem quem, pois não me lembro) disse que a velhice é um momento de graça entre a vida e a morte. Acho que assim deve ser para quem teve o dom de amadurecer e chega aos sessenta anos sem problemas de saúde e livre da ansiedade que, durante a infância e a vida adulta, nos força a mil e um malabarismos para ganhar o amor dos outros.

Digo sessenta, porque é essa a idade a partir da qual a lei em S. Paulo nos permite furar as filas do correio, do cinema ou do banco, para gozar de atendimento prioritário. Mas sessenta é um número arbitrário. Há quem alcance sua liberdade antes disso, quem a conheça depois dos oitenta e quem nunca descubra a alegria de se sentir dono de si mesmo, livre das amarras artificiais que nos impedem de olhar de frente esta coisa indecifrável e breve que é a vida.

(Estado de S.Paulo, 12/05/2008, Eliana Cardoso, MULHER NO ESPELHO)

PROJETO MANANCIAIS NA GUARAPIRANGA









sexta-feira, 9 de maio de 2008

CARAHAVANA 16 + 1




CARAHAVANA 16 + 1 Resultado de uma excursão pela capital cubana conduzida por Iatã Cannabrava e Jorge Luis Álvares Pupo, a mostra traz imagens registradas por 16 fotógrafos profissionais e amadores, entre eles, Luis Alvares Pupo e Helena Wolfenson. A curadoria é de Paulo Klein. IQ Art Gallery - Restaurante Chakras - r. Dr. Melo Alves, 294, Cerqueira César, região oeste, tel. 3062-8813. Seg.: a partir das 19h. Ter. a sex.: 12h às 16h e a partir das 19h. Sáb. e dom.: 13h às 16h. Até 8/6. Valet (R$ 7 e R$ 13).f

Fotografando PARANAPIACABA






Fotografando SÃO PAULO









Fotografando HAVANA

David Bailey também não conseguiu fotografar Castro, nem o balé nacional, ou o circo. Havana, o magnífico registro de 2005, é para o veterano fotógrafo inglês apenas uma impressão rápida sobre um lugar único.
Como nós, quase dois milhões e meio de turistas visitaram Cuba em 2007, num momento especial da história. Fidel Castro tinha se afastado em julho de 2006, após delicada intervenção cirúrgica.
As notícias sobre o estado de saúde do Comandante eram contraditórias e preocupantes. Seu irmão Raul assegurava a interinidade. Os dois exíguos jornais e as quatro estações de televisão do governo não ajudavam a entender a situação. Havia ansiedade nas ruas.
O fim da era de Fidel só ocorreria um ano mais tarde, em fevereiro de 2008, com a renúncia à Presidência. Agora, a cada dia ou semana são anunciadas mudanças que poderão dar nova feição à ilha.
Nosso registro fotográfico mostra Havana e seus arredores em fevereiro de 2007, antes portanto do desencadear das transformações. Captamos o panorama do fim de um conturbado período de meio século, iniciado com a entrada triunfal de Fidel em Havana em janeiro de 1959.
Ninguém sabe ainda se as reformas são mesmo para valer, ou só uma plástica para dar um ar mais moderno ao sistema. De todo modo, nosso registro é do antes, do momento em que esperar parecia ser a única alternativa.
Percorremos parte dessa “ilha extensa, bonita e desditosa” de que falava Hemingway, já em 1935. Percebemos a mistura, familiar para nós, de sangue índio, europeu, africano e chinês. Visitamos o magnífico patrimônio colonial, poupado pela estagnação e pronto para restauro. Percebemos as dificuldades do dia a dia, as carências dos moradores, alguns anseios. Mas também sua hospitalidade e alegria.
Para penetrar nos mistérios, mais do que os jornais é preciso ler os escritores malditos, começando por Pedro Juan Gutiérrez. E ver os filmes, e olhar para o que os artistas têm podido produzir e mostrar.
Mais que o espanhol, a música é idioma oficial, e esse nós também sabemos.
Nossa impressão também é rápida, superficial, apressada. Assim é a fotografia, trabalha com frações de segundo para tentar eternizar um momento, às vezes toda uma história. Profundas são só as imagens que a luz e as sombras do lugar gravam para sempre em nossa lembrança (Eduardo Muylaert).

sábado, 26 de abril de 2008

CaraHavana, a partir de 8 de maio no CHAKRAS


Quanto à nossa viagem posso declarar chegamos exaustos a Havana 14h30 segunda feira 19 longa viagem CM438/758 Copa Airlines 16 hs hotel quartos não prontos sanduíches monumental terraço jantamos vizinhança La Roca (foto Helô do bar) estava lleno cubanos descarga n1 bife mojito medio depois dormir Terça 20 Havana Vieja almoçamos no La Guarida (fotos Edu e Reynaldo) área central complicada aí a pé pelo Malecon (fotos Iata, Bia e Gabi) noite no Jazz Café Viva Fidel na porta Quarta 21 fizemos Havana Vieja Catedral e sua Praça (fotos Amâncio charutos e flores) Plaza Vieja Oficina de Gravado almoço na cervejaria às 16 hs pegamos barco para Regla queriam proibir o espelho da Helô muitas fotos panorâmica do grupo pessoas comprando ovos pão bolos com a caderneta conhecemos irmã do Pupo depois barco de novo noite Bodeguita do Medio que ninguém é de ferro Nanda não conseguiu colar seu adesivo Quinta 22 fomos a Playa Conney Island local Club Social obrero não nos recebeu fotos no terceiro clube faxina (Flavia) tudo meio fechado a pé até Miramar pela quinta avenida almoço num mini castelo espanhol paella e sangria depois Capitolio Plaza Vieja recepção e decepção na Fototeca encontramos Mario Dias e Rene Penna jantamos na redondeza fantástico septeto nessa noite Fernanda foi pedida em casamento mais uma vez por músico genial porém viejito Marilu enjoada Sexta 23 vamos aos charutos e não dá certo Amâncio bravo Al Capone com fundo de Marti vamos ao Barrio Chino depois praia de Santa Maria del Mar relax mojitos camarões ondas jantar no paladar La Fontana Britto vidrado em Flávia na volta Marilu vai à salsa e se encanta Sábado 24 Marilu conta tudo andamos por Vedado feira do livro sorvete no Coppelia depois Plaza Vieja frijoles no El Patio Catedral Barrio Chino pobreza andamos de carruagem na volta bandeiras e show Omara Portuondo no Hotel Nacional summertime besame mucho todos muito elegantes Domingo 25 Rota do Leste velhos poços de petroleo Helena deitada nas pedras duas horas em Santa Cruz del Norte faroeste abandonado (fotos Ildete e Flavinha) linda locação francês fotografa holandêsa com lãs e cachorro depois Matanzas pessoas nas portas e sacadas cachorros moleques subindo na ponte pulando na água difícil achar lugar para almoçar musica (foto Fernando) volta ao hotel piña colada fazer malas jantar de despedida em antigo palacio presidencial de 1909 discursos Iata dança na rua Segunda 26 partimos na madrugada Havana deserta e escura aeroporto vazio imigração meticulosa Rogerio quase perde voo certo alivio poder sair compras no Panama valeu (E.M.)

Desconstruindo Chico Buarque

(DES)CONSTRUÇÃO DE CHICO BUARQUE

E.M. (aproveitando o sábado, 12/04/2008)

Repete, Chico, repete
Martela, Chico, martela
Bate como a araponga
Irritando a flor da pele

Duas últimas e um último
Um único e uma única
Insólitos sólidos
Que desmancham no ar

Engana, Chico, engana
Revela, Chico, revela
Amor e festa de príncipe,
Uma mancha na calçada

Cantou na contramão
Atrapalhando o óbvio.
Por esse não desistir,
Deus lhe pague.

O perdão segundo F.G.



A Insegurança Desonra Os Caminhos De Minha Alma

Em olhos que lacrimejam por paz,
Não me fale, não posso ouvir.

Deixe-me aqui com minha escuridão.
Quero brindar o perdão que está por vir,
Antes que o tempo se dê exausto.

(F.G. para foto catada por E.M.)

A dádiva da segunda Holga

Minha gentil Senhora F.P.,

Sempre me acreditei homem de princípios,
avesso a qualquer forma de corrupção,
mensalão, cartão (corporativo), adulação,
esse tipo malsão de tentação.

Não consigo, porém, resistir aos seus encantos,
rejeitar os regalos com que me descaminha.
Acabo sempre por ceder aos seus favores,
a me curvar a tão fagueiras atrações.

Se a primeira prenda já me seduzira,
a segunda parece ainda mais perfeita,
com a helicóide que lhe dá sustentação
e as luzes que lhe saem pelas ventas.

Confesso-me, pois, de novo devedor,
sem saber como remir tão grata obrigação.
Assim ao seu dispor juro e prometo
fazer bom uso e devassar a escuridão.

Ponto de vista da Ledusha

Meu ponto de vista é outro, lá, onde a vida se expande e se afunila,
onde quer que ainda insista o pólen da poesia,
onde seu bo(n)de nunca chegará.

(Ledusha Spinardi, em Exercícios de Levitação)

Guinga na Jazz Sinfônica